19 anos de "Whatever People Say I Am, That's What I'm Not": como o Arctic Monkeys fez sua ascensão à indústria musical
O impacto e legado de Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not: como o Arctic Monkeys revolucionou o indie rock; Saiba mais
A história do Arctic Monkeys começa no Natal de 2001, quando Alex Turner e Jamie Cook, que eram vizinhos, ganharam suas primeiras guitarras de presente. Os dois então decidiram montar uma banda com amigos do colégio: Andy Nicholson (baixo), Matthew Helders (bateria) e, para os vocais principais, Glyn Jones. A essa altura, a banda atendia pelo nome de “Bang Bang”.
Mais tarde, Alex Turner assumiu os vocais e a composição a pedido de Glyn Jones, e então o Arctic Monkeys – nome que pertencia a um antigo grupo do qual o pai de Helders fazia parte nos anos 70 – emergiu. Em 2003, a banda começou a gravar suas primeiras demos e distribuí-las gratuitamente durante os shows, de acordo com Turner: “Realmente me irritava quando bandas vinham e diziam ‘nós temos CDs lá atrás para vender, 3 libras cada’, você pensa ‘F*da-se, quem vocês pensam que são?”.
“Nós nunca fizemos essas demos para ganhar dinheiro ou coisa assim. Nós estamos dando elas de graça, foi a melhor forma que arrumamos para que as pessoas pudessem ouvi-las” - Alex Turner
A partilha de arquivos entre as pessoas fez com que o grupo se tornasse conhecido em uma rapidez alucinante. A popularidade repentina impulsionou a banda a lançar, em 2005, o EP “Five Minutes With Arctic Monkeys”. A qualidade das músicas fez com que eles assinassem com a Domino Records e tocassem em diversos festivais do Reino Unido. Em outubro do mesmo ano, os primeiros singles dos Monkeys tomavam forma: “I Bet You Look Good on the Dancefloor” e “When the Sun Goes Down” alcançaram rapidamente as primeiras posições nas paradas.
Das ruas de Sheffield para o mundo, o Arctic Monkeys fez sua estreia na música através de Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not. Com um lançamento explosivo, a banda britânica formada por Alex Turner, Matthew Helders, Jamie Cook e Nick O’Malley fez sua entrada triunfal na indústria musical, quebrando recordes de forma majestosa.
O álbum, que marca o debut da banda, obteve mais de 360.000 cópias vendidas na primeira semana de lançamento e estreou no topo das paradas britânicas – um feito impressionante, considerando a época de transição do CD para as plataformas de streaming, o álbum foi o mais baixado digitalmente naquela época. O disco de platina quádruplo faturou o Mercury Prize de 2006 – prêmio anual concedido ao melhor álbum do Reino Unido – além de uma indicação ao Grammy Awards por “Melhor Álbum de Música Alternativa” e duas vitórias no Brit Awards por Melhor Álbum e Melhor Banda.
O nome do álbum faz referência à fala do ator Albert Finney, do filme Saturday Night and Sunday Morning, lançado em 1960. Já a capa do álbum é o retrato de Chris McClure, amigo da banda e membro do The Violet May. A imagem, registrada em Liverpool, trouxe polêmicas para a banda; de acordo com as críticas, a emblemática foto do álbum faz alusão de que fumar é bom e reforça essa ideia. O empresário dos Monkeys saiu em defesa da banda: “Você pode ver pela imagem que fumar não está fazendo maravilhas a ele.”
Com o estrondoso sucesso de seu álbum, o Arctic Monkeys iniciou sua trajetória nos grandes palcos, realizando turnês pelo mundo e se apresentando em renomados festivais, como o Reading and Leeds. Não demorou para que a banda chegasse ao Brasil pela primeira vez, em 2007, durante o Tim Festival, no Rio de Janeiro. Nick O'Malley, baixista da banda, comentou na época que não esperava a hora de ver o “Grande Jesus” – como ele se referia ao Cristo Redentor.
As músicas, que retratam a vida adolescente e os altos e baixos da puberdade, fizeram com que Alex Turner fosse considerado o “mestre da observação”, trazendo uma nova perspectiva da vida noturna. Com uma guitarra característica e solos envolventes, o álbum, que dá início à carreira da banda, apresenta outras faixas icônicas como “A Certain Romance”, “Mardy Bum”, “From The Ritz To The Rubble” e “Fake Tales Of San Francisco”. As letras, por outro lado, bem afiadas e com um humor irreverente, nos transportam para um show noturno em Sheffield.
“Não me entenda mal, existem garotos em bandas
E crianças que gostam de brigar com tacos de sinuca nas mãos
E só porque ele tomou algumas latinhas
Ele acha que está tudo bem agir como um idiota”- A Certain Romance.
Com ritmos dançantes, o álbum consegue capturar a essência da juventude e suas experiências, tudo envolto numa sonoridade que mistura o garage rock com elementos do indie e pós-punk. A mistura perfeita faz com que a ascensão do Arctic Monkeys seja um marco e a peça-chave para inspirar outras bandas a saírem da zona de conforto, trazendo um estilo musical inovador. Com a voz única e o sotaque britânico de Alex Turner, o grupo redefiniu o Indie Rock de maneira irreverente e duradoura, tornando-se uma das maiores bandas da atualidade.
melhor álbum!!
bãooooo d+